segunda-feira, 29 de março de 2010

Noite

Por todas as rosas cinzas
Perdidas no sono
Esperneando em silêncio
Inimigas do mundo

Por todos que encontram
Mesmo no fim dos tempos
A salvação em algum sorriso

Por todos que saem correndo
Quando não tem mais jeito
Saudáveis de desespero

Não se assustem com o pesadelo
A realidade
Porque é tudo mentira

Porque hoje
Sou uma estrada
Não uma estrela
Eu sou a noite toda

quarta-feira, 17 de março de 2010

O Degrau

Por que agente vive assim?
O cansaço toma conta pela noite
Todo o tempo cabisbaixo
A estranha sensação

A verdade é o fim de semana
Por que agente conforma?
É estranho o pecado da vontade pecar
Algo irreal não entra no elevador

Degrau por degrau
Eu sempre cedo
E mesmo pecando, não me arrependo
Alguem soprou no meu ouvido

È necessário o sofrimento para a paz
E a paz é a redenção na morte do momento

quinta-feira, 11 de março de 2010

Exodus 2

O mar abriu novamente na minha frente
Eis que Deus mais uma vez bateu à minha porta
Uma influência de fora pra dentro,
Uma evolução de dentro pra fora

Alguns já despertaram do sono
Acordem os outros durmindo
Não, cada um tem seu tempo
O descanço para o cansaço sanar

O certo para mim quero em ti
Aprendemos em Jah,
O corpo nos trai,
Nos defendamos pedindo sua proteção

Clemência e gratidão
Pela chance a mais

segunda-feira, 8 de março de 2010

Acabei de ler um conto de um escritor alemão, achei interessante, merecido de ser citado nesse blog, ai vai um trecho do conto chamado Sequência de um Sonho, do livro Conto de Fadas de Hermman Hesse:

Boa escuridão interior, berço quente da alma e o lar perdido se abre, tempo da existência informe, excitação indefinida sobre a razão do desespero, sob o qual o pressentimento do futuro dorme ao lado dos sonhos da floresta virgem. Apalpa, alma, erra, revolve cega os inocentes instintos sombrios num ganho farto. Eu te conheço, alma medrosa, nada te é tão necessário, nenhum prato e nenhuma bebida é melhor para ti, como a volta ao teu princípio. Ali rugem ondas em torno de ti, e tu és onda, bosque e és bosque, não há mais exterior ou interior, voas pássaros nos ares, nadas peixes no mar, sugas luz e és luz, custas sombras e és sombra. Nós caminhamos, alma, nadamos e voamos, e sorrimos e tornamos a unir com delicados dedos do espírito as linhas partidas, reatamos felizes as oscilações partidas. Não procuramos mais Deus. Somo Deus. Somos o mundo. Matamos e morremos com ele, criamos e ressucitamos com nossos sonhos. Nosso sonho mais belo é o céu azul, nosso sonho mais belo é o mar, nosso sonho mais belo é a noite estrelada, e é o peixe, e é o som claro e alegre, e é a luz clara e alegre - tudo é nosso sonho, cada coisa é o nosso mais belo sonho. Logo morremos e nos tornamos pó. Logo inventamos o riso. Logo arrumamos uma constelação.

Banho morno

Hoje é o dia sem sentido.
Ligamos a conexão das tragédias denominadas insatisfações.
A segunda feira é primeira, e vem com tanta desânimo
Como depois de um sexo com a prostituta

Prefiro a realidade estampada no meu rosto
Reluto, desligo o choveiro de água morna

Cada um sabe o peso da conquista
No país que difere tanto
O sonho permanece, o domingo já vem
A próxima segunda virá menos amarga

sexta-feira, 5 de março de 2010

Pena Privativa de Liberdade

Agora eu entendi porque as nuvens ficam sobre nós
E não sabia porque não podia voar
Não toco nelas mas sinto me tocarem
Cada um escolhe a distância entre o céu e a terra

É o corpo que nos tranca e o medo repreende
Cumprimos pena nesse mundo, seguimos uma lei secreta
Não adianta enganaarmo-nos, a progressão está ai
Vocês fingem escuridão

Na medida o tempo passa
O espaço vai mudando
Fiz algo errado ontem
Para ficar morando aqui

Agora eu entendi porque reclaamo
O coração dói, a verdade me sacode
Falta coragem para o medroso
O importante eu acredito