sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Apenas um capiauzinho

Ambições, riquezas e ilusões tão boas de sentir
Trarão avisos a ti, um desassossego do próprio viver
É que o inimigo, mora dentro de nós
A liberdade não é moeda, contudo tem sua validade

Dizem os sábios que somos almas penadas em pele
Mais uma vez iludo-me, audacioso pela princesa
Desarmo-me armando as palavras
E o feitiço vira contra o feiticeiro, a muito já enfeitiçado

O mundo tenho pra mim é pra todos
O frágil timbre dela prova-me o erro dos sábios
Somos almas viventes neste jardim de animais em jejum

Seu universo é feito de versinhos
Tudo distinto dos padrões das estradas que passei
Sou um garoto que também faz versos
Sou um capiauzinho olhando o céu azul

Planto, mas é dela a decisão de colher
Quando silêncio é palavra de salvação,
Sob rama de nuvens,
Esperarei pelo meu julgamento

A beleza dela é mais bela, mais curiosa, desfila por ele...
O único caminho, cruzas a rodovia da verdade.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O lobo da Estepe

As coisas não vão bem quando a Humanidade fatiga excessivamente sua inteligencia e procura ordenar com o auxílio da razão as coisas inacessíveis à razão. Então surgem ideais, tais como os dos americanos ou dos bolchevistas; ambos são extraordinariamente racionais, mas desejando ingenuamente simplificar a vida, acabam por violentá-la de maneira terrivel. A igualdade do homem, um ato ideal das épocas pretéritas, está a ponto de se tornar um clichê. Talvez nós, os loucos, consigamos enobrecê-lo um pouco.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O plano

Toco para com quem canta, o cantar... olhos de ver maravilhas demais, mundo azul que exala verdade pelas esmeraldas que não tiram os olhos de mim, como que comigo fizesse parte do mesmo plano, lembrança que a razão teve vergonha por ter se enganado, pois a vida é aquele momento, uma rede, um violão, sua voz, meu acorde, uma luz...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Devaneio tolos, com fulcro na segunda opnião

Hoje repetiu-se o ontem
Repeliu, me trouxe denovo a farsa
Um lugar de ovelhas apartadas
Ao curral batizado burguesia

Vive o medo como a tinta borrada no quadro
Só o fogo para não tomar conta
Só a fé,
Espaço em branco meio à tintas

Então sentou só
E leu, as estações passaram
A chuva deu boa noite,
Ele só lia

Viu dor como ansiedade de incertezas
Erro à busca dentro em mentiras,
Um caminho curto à verdade

Nem sempre respostas vêm das línguas ao redor
A certeza lapidada no silêncio

domingo, 9 de maio de 2010

Eu, o Lobo da Estepe, vago errante
pelo mundo de neve recoberto
um corvo sai de uma árvore, adejando,
mas não há corças por aqui, nem lebres!
Vivo ansiando por achar a corça,
ah! se eu desse com uma!
Tê-la em meus dentes, entre as minhas garras
,nada seria para mim tão belo.
Havia de tratá-la tão cordial,
de cravar-lhe nas ancas os meus dentes,
beber-lhe o sangua até a saciedade
a uivar depois na noite solitário.
Contentava-me mesmo com uma lebre!
Na noite sabe bem a carne flácida.
Por que de mim há de afastar-se tudo
quanto faz esta vida mais alegre?
Em minha cauda o pêlo está grisalho
e também já não vejo as coisas nítidas
e vivo a errar sonhando corças,
ansiando lebres,
ouço o vento soprar na noite fria
com neve aplaco o fogo da garganta
e levo para o diabo a minha alma.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A hora da ascenção

Obrigado, meu eu confuso escuma aprendizagem
Pensamentos pulam as cercas do antepassado
O certo e o errado são uma piada de mal grado
Desaguando no infinito, nascendo em mim e em ti
Torna-se jucunda, dando segurança a cada repetição de seu nome
Mesmo tentado, mesmo caindo da linha fina do equilíbrio
A hora da ascenção simboliza a magia de minha existência soprada por ti...

Obrigado!

sábado, 3 de abril de 2010

Agora que eu to doido demais
Esse som é pra quem consegue chegar alto
O telefone toca, atendi
Bom seria se a família estivesse reunida

Tem dia que agente se pergunta
O que é que eu to fazendo aqui
E pór que tem gente matando outra

E por que o jornal só tem má polícia
Além do local a quém da notícia
Arado o curral, amém do pecado
Lavrado o mandado, sujeira varrida

segunda-feira, 29 de março de 2010

Noite

Por todas as rosas cinzas
Perdidas no sono
Esperneando em silêncio
Inimigas do mundo

Por todos que encontram
Mesmo no fim dos tempos
A salvação em algum sorriso

Por todos que saem correndo
Quando não tem mais jeito
Saudáveis de desespero

Não se assustem com o pesadelo
A realidade
Porque é tudo mentira

Porque hoje
Sou uma estrada
Não uma estrela
Eu sou a noite toda

quarta-feira, 17 de março de 2010

O Degrau

Por que agente vive assim?
O cansaço toma conta pela noite
Todo o tempo cabisbaixo
A estranha sensação

A verdade é o fim de semana
Por que agente conforma?
É estranho o pecado da vontade pecar
Algo irreal não entra no elevador

Degrau por degrau
Eu sempre cedo
E mesmo pecando, não me arrependo
Alguem soprou no meu ouvido

È necessário o sofrimento para a paz
E a paz é a redenção na morte do momento

quinta-feira, 11 de março de 2010

Exodus 2

O mar abriu novamente na minha frente
Eis que Deus mais uma vez bateu à minha porta
Uma influência de fora pra dentro,
Uma evolução de dentro pra fora

Alguns já despertaram do sono
Acordem os outros durmindo
Não, cada um tem seu tempo
O descanço para o cansaço sanar

O certo para mim quero em ti
Aprendemos em Jah,
O corpo nos trai,
Nos defendamos pedindo sua proteção

Clemência e gratidão
Pela chance a mais

segunda-feira, 8 de março de 2010

Acabei de ler um conto de um escritor alemão, achei interessante, merecido de ser citado nesse blog, ai vai um trecho do conto chamado Sequência de um Sonho, do livro Conto de Fadas de Hermman Hesse:

Boa escuridão interior, berço quente da alma e o lar perdido se abre, tempo da existência informe, excitação indefinida sobre a razão do desespero, sob o qual o pressentimento do futuro dorme ao lado dos sonhos da floresta virgem. Apalpa, alma, erra, revolve cega os inocentes instintos sombrios num ganho farto. Eu te conheço, alma medrosa, nada te é tão necessário, nenhum prato e nenhuma bebida é melhor para ti, como a volta ao teu princípio. Ali rugem ondas em torno de ti, e tu és onda, bosque e és bosque, não há mais exterior ou interior, voas pássaros nos ares, nadas peixes no mar, sugas luz e és luz, custas sombras e és sombra. Nós caminhamos, alma, nadamos e voamos, e sorrimos e tornamos a unir com delicados dedos do espírito as linhas partidas, reatamos felizes as oscilações partidas. Não procuramos mais Deus. Somo Deus. Somos o mundo. Matamos e morremos com ele, criamos e ressucitamos com nossos sonhos. Nosso sonho mais belo é o céu azul, nosso sonho mais belo é o mar, nosso sonho mais belo é a noite estrelada, e é o peixe, e é o som claro e alegre, e é a luz clara e alegre - tudo é nosso sonho, cada coisa é o nosso mais belo sonho. Logo morremos e nos tornamos pó. Logo inventamos o riso. Logo arrumamos uma constelação.

Banho morno

Hoje é o dia sem sentido.
Ligamos a conexão das tragédias denominadas insatisfações.
A segunda feira é primeira, e vem com tanta desânimo
Como depois de um sexo com a prostituta

Prefiro a realidade estampada no meu rosto
Reluto, desligo o choveiro de água morna

Cada um sabe o peso da conquista
No país que difere tanto
O sonho permanece, o domingo já vem
A próxima segunda virá menos amarga

sexta-feira, 5 de março de 2010

Pena Privativa de Liberdade

Agora eu entendi porque as nuvens ficam sobre nós
E não sabia porque não podia voar
Não toco nelas mas sinto me tocarem
Cada um escolhe a distância entre o céu e a terra

É o corpo que nos tranca e o medo repreende
Cumprimos pena nesse mundo, seguimos uma lei secreta
Não adianta enganaarmo-nos, a progressão está ai
Vocês fingem escuridão

Na medida o tempo passa
O espaço vai mudando
Fiz algo errado ontem
Para ficar morando aqui

Agora eu entendi porque reclaamo
O coração dói, a verdade me sacode
Falta coragem para o medroso
O importante eu acredito

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Raizes Longas

Era bem distante, despercebido passava por mim
Ouvidos ouvem o que são acostumados
Confundem, diferente não é errado

Ruído na porta, o novo decidiu entrar

Horizonte infinito aqui, opções à todo lado
O presente não é mais futuro, o tempo é o agora

Ei você no controle
Abre as asas e chege ao topo
O lugar é o mesmo momento
Não o tempo suscetível

As cigarras não param
Balançam ao som pesado e flutuante
O preconceito da sua porta arrombado
As raízes são fortes demais
Longas vão até você

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Leite com Nescau

Rótulo, no dicionario nao passa de uma linguagem quadrada
Do homem, nada mais que prisão
Bom senso, ser o que nao sei, o que não sou
O que querem que eu seja, mal feito, bem sucedido

Rebeldia, astros da fisica, entoalho
Cansaço mental, esfrega o teclado nos dedos
Encherga a vida morta
É o que sou, é o que não quero ser


Vivencias mal sucedidas, tentação é o fracasso
Ou é a realização da consciencia pesada
Ou é a vida querendo despetar da maldade

Apenas bondade, vá rezar
A igreja é um bom lugar, ame todos
Ladainha, o equilibrio é o primeiro passo para a loucura

Quero um leite com nescau,
Quero uma casa grande
Definitivamente, nao quero trabalhar
A noite tem que chegar, preciso viver

Se não, vou ter que viver denovo...
e não quero viver denovo...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sansara

Eu nunca vi, cidade grande tão bonita assim
É tanto verde, parque, céu aberto
O ano inteiro tem sol

Reconheço,
Quando tudo é domínio ainda existe liberdade
Mesmo sozinha, ela encontra refúgio no seu íntimo

Quase cai, quase acreditei
Nessa história de cidade linda
A verdade não é essa

Tanto interesse, tanto dinheiro
Tem tanta gente, tem tanta gente, se sentem tão sós
Tanta volúpia, efêmeros
A ditadura da vaidade deformou a beleza do meu povo

Se jogo uma pedra no rio, sei a correnteza a levará
Deus colocou-me no rio, deixo sua correnteza
Ela me conduz