segunda-feira, 10 de maio de 2010

Devaneio tolos, com fulcro na segunda opnião

Hoje repetiu-se o ontem
Repeliu, me trouxe denovo a farsa
Um lugar de ovelhas apartadas
Ao curral batizado burguesia

Vive o medo como a tinta borrada no quadro
Só o fogo para não tomar conta
Só a fé,
Espaço em branco meio à tintas

Então sentou só
E leu, as estações passaram
A chuva deu boa noite,
Ele só lia

Viu dor como ansiedade de incertezas
Erro à busca dentro em mentiras,
Um caminho curto à verdade

Nem sempre respostas vêm das línguas ao redor
A certeza lapidada no silêncio

domingo, 9 de maio de 2010

Eu, o Lobo da Estepe, vago errante
pelo mundo de neve recoberto
um corvo sai de uma árvore, adejando,
mas não há corças por aqui, nem lebres!
Vivo ansiando por achar a corça,
ah! se eu desse com uma!
Tê-la em meus dentes, entre as minhas garras
,nada seria para mim tão belo.
Havia de tratá-la tão cordial,
de cravar-lhe nas ancas os meus dentes,
beber-lhe o sangua até a saciedade
a uivar depois na noite solitário.
Contentava-me mesmo com uma lebre!
Na noite sabe bem a carne flácida.
Por que de mim há de afastar-se tudo
quanto faz esta vida mais alegre?
Em minha cauda o pêlo está grisalho
e também já não vejo as coisas nítidas
e vivo a errar sonhando corças,
ansiando lebres,
ouço o vento soprar na noite fria
com neve aplaco o fogo da garganta
e levo para o diabo a minha alma.